domingo, 29 de janeiro de 2012

Reflexões sobre o Projeto TAMAR de Ubatuba ...

Por Schirlei Moraes





E, finalmente, para encerrar com chave de ouro a narrativa sobre minha viagem de réveillon à Ubatuba, colocarei agora meus comentários sobre o famoso Projeto TAMAR.
Como explica no próprio site oficial (http://www.projetotamar.com.br/), o Projeto Tartarugas Marinhas - TAMAR foi criado em 1980 para proteger da extinção as cinco espécies de tartarugas que utilizam o litoral brasileiro para se alimentar e se reproduzir.
Segundo o site, desde 1991, o TAMAR vem atuando em Ubatuba, Litoral Norte de São Paulo, desenvolvendo o programa de proteção das espécies em áreas de alimentação, com atividades voltadas à educação ambiental, pesquisa científica e ações sociais e comunitárias envolvendo os moradores locais.

Como já havia comentado na primeira parte da narrativa sobre Ubatuba, fiquei desapontada com o TAMAR... Tinha outra idéia do Projeto. Com o apoio voluntário dos pescadores, a ONG alega que já foram salvas e marcadas mais de 5 mil tartarugas marinhas presas em redes de pesca e , por essa razão, acreditava que o foco principal do TAMAR era recuperar animais marinhos feridos, perdidos e devolve-los ao seu habitat natural. Mas o que presenciei foram animais que são criados em cativeiro, em minúsculos tanques de água até o final de suas vidas. Um triste fim para animais tão belos que possuem o instinto natural de procurar as águas do mar como lar e encontraram em Ubatuba um cárcere privado.









Expondo novamente meu ponto de vista, uma coisa é você resgatar e tratar animais debilitados MAS devolve-los ao seu habitat natural, assim que possível. Outra coisa é usar a conservação ambiental como um argumento para manter esses seres aprisionados para o divertimento da população e proveito capitalista, pois, apesar de se apresentarem como uma organização não governamental sem fins lucrativos, eles lucram com aquela loja de souvenirs caros e tenho minhas dúvidas se a renda realmente é aplicada em benefício dos animais aprisionados.

De qualquer forma, pude conferir a base do Tamar que, além dos tanques e aquários onde estão expostos exemplares vivos de quatro espécies de tartarugas marinhas, o Centro de Visitantes conta com réplicas e silhuetas em tamanho natural, (não imaginava que existissem tartarugas marinhas tão grandes! Existe uma espécie que chega alcançar 2 metros e 70 cm de comprimento!! Simplesmente surreal!!) painéis fotográficos, museu com peças biológicas (que dó dos pequenos fetos expostos em vidros em uma das salas do museu), auditório para exibição de vídeos educativos, sala de recreação infantil e tendo como destaque o aquário com praia artificial e visor panorâmico, onde o visitante pode observar as tartarugas submersas. Este famoso aquário seria o último paradeiro que as tartarugas confinadas encontram após chegarem ao seu tamanho máximo. Um verdadeiro paraíso após anos confinadas em minúsculos tanques onde ficam nadando o dia inteiro em círculos de forma repetitiva e exaustiva.













Ainda tentarei entrar em contato com os responsáveis pelo TAMAR pois não consigo acreditar que um projeto reconhecido nacionalmente, em especial essa sede de Ubatuba que é uma das mais importantes bases de pesquisa e conservação no Brasil, se resuma apenas a uma prisão alternativa para estudos e entretenimento.




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vitrine Viva ... É o Aquário de Ubatuba!

Por Schirlei Moraes



Dando continuidade ao meu texto sobre Ubatuba, aproveitei a véspera do réveillon para fazer uma visita ao famoso Aquário da cidade. Apesar de não apreciar a idéia de ver animais presos para o entretenimento humano, quis conferir o local pelo lado da pesquisa, das informações sobre a vida marinha que são fornecidas aos visitantes.

No Aquário de Ubatuba pude conferir o quão grandioso é o número de espécimes da vida marinha, mostrando que o Brasil está entre os países que possuem maior biodiversidade, sendo o primeiro em número de peixes de água doce.
Foram muitos os aquários que eu pude conferir. Vi desde piranhas, lagostas, polvos, iguanas, jacarés, moréias (minha irmã ficou encantada com a moréia... acho que só dela batemos umas 4 fotos... – risos), cavalos-marinhos e os mais variados tipos de peixes.  É incrível como a biologia marinha é fascinante!  É um mundo dentro de um outro mundo repleto de seres extraordinários.










 
Tive a oportunidade de tocar uma estrela-do-mar, um ouriço, um “pepino marinho” (?? – risos)... Pude ver de pertinho os pedaços dos ossos de uma baleia. São tão grandes que, ao vê-los no primeiro instante, tive a impressão que eram uma grande pedra esculpida... (risos)




Porém, nem tudo no local transmitiu beleza e serenidade. O Aquário de Ubatuba reservou um espaço fechado para abrigar alguns pingüins que foram resgatados pelo Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha. Os visitantes ficam aglomerados, aguardando momento em que as biólogas vão alimentar as aves aquáticas, uma grande diversão para as crianças. Só que eu não achei nada divertido ver esta cena...




Por acaso, você já assistiu aquela animação intitulada comoHappy Feet” produzido pela Village Roadshow Pictures e lançado pela Warner Bros onde conta a história de Mumble (ou Mano, no Brasil), um pinguim sapateador? Existe uma cena onde o pinguizinho é capturado pelos humanos e preso num aquário que tenta reproduzir seu habitat natural num frio e pequeno cativeiro. Ao visitar o espaço reservados aos pingüins no Aquário de Ubatuba, automaticamente recordei-me desta triste parte do filme.



Uma coisa é você resgatar e tratar animais debilitados MAS devolve-los ao seu habitat natural, assim que possível. Outra coisa é usar a conservação ambiental como um argumento para  manter esses seres aprisionados para o divertimento da população e proveito capitalista pois, apesar de se apresentarem como uma organização não governamental sem fins lucrativos, eles lucram com aquelas pelúcias caras em forma de morsas e golfinhos e tenho minhas dúvidas se a renda realmente é aplicada em benefício dos animais aprisionados.



Além desses "pequenos grandes detalhes", como eu já havia comentado na minha post anterior, o Aquário de Ubatuba fica localizado ao lado de um córrego, o que contradiz totalmente com sua proposta de Educação Ambiental



Mas, falando sobre essa questão da Educação Ambiental, fiquei abismada quando vi uma seção reservada apenas para deixar amostrar o lixo encontrado no mar. São todos os tipos de objeto que você possa imaginar desde garrafas, pneus e até mesmo cadeira de praia, carrinho de feira (??? até agora não entendo como isso foi para no mar...) e diversos brinquedos, como um boneco horroroso do Fofão (se quando eu era criança já tinha medo do Fofão, imagina agora depois de ver esse “ser” com a cara da menina do Exorcista... Acho que vou ter pesadelos à noite!! RsRsRs)






Todos sabemos que essa enorme quantidade de lixo depositada nas águas do mar é prejudicial ao meio ambiente. Só que foi bem mais impactante ver até que ponto esses detritos interferem na biologia marinha, como foi o caso de um aquário onde está exposto  um peixe espada empalhado que foi encontrado morto por pescadores. Detalhe: A causa de sua morte foi fome... Ele morreu de fome porque prendeu o seu bico num carretel de linha. Simplesmente lamentável...




 Apesar de triste, acho importante ter uma seção como essa para conscientizar as pessoas e , principalmente, educar as novas gerações para que tornem-se adultos conscientes de suas responsabilidades sociais e para que aprendam cuidar melhor do nosso planeta.
 Mesmo com altos e baixos, no geral, gostei da visita. Acho que é uma boa opção de lazer para toda a família, com muita cultura, informação, inspirações ecológicas e ambientais, fugindo um pouco dos habituais roteiros praianos. 

Porém, ainda não sei avaliar até que ponto é válido visitar uma "vitrine viva" quando observar a natureza no ambiente selvagem é uma experiência muito mais bela...




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Meu agradecimento ao 12 ...

Por Fernanda Mello

Considero um capricho o fato de hoje ter sido concedida a entrevista coletiva em que o eterno São Marcos oficialmente comunicava sua aposentadoria, pois o dia 11 de Janeiro é considerado O Dia Internacional do Obrigado... Meus agradecimentos ao ídolo, que virou Santo, mas que mesmo assim sempre se manteve tão próximo dos seus admiradores. A distância para o mito nunca foi percebida por muitos, pois ele sempre soube ser um de nós. Uma pessoa cuja espontaneidade e humildade aproximaram torcedores rivais... é Ídolo Nacional e o Santo do Palestra Itália e assim sempre será.

História vitoriosa, que não deve ser comparada a de nenhum outro.  Sem vaidades, sem marketing pessoal sua trajetória foi construída sem deslumbramentos. Recusou uma proposta milionária do Arsenal da Inglaterra, ficou no Brasil e disputou a Série B... nosso Santo, o goleiro Penta Campeão se submeteu a difícil fase do seu clube de coração. Quantos fariam isto?? Tem personagem badalado no meio esportivo que por inventar uma proposta do exterior para forçar um aumento salarial em seu clube chegou a ser afastado por 29 dias... Ironicamente sempre  o comparam  ao Santo...que absurdo.

Goleiro corajoso – se jogava em qualquer bola em busca da defesa precisa - e  tecnicamente espetacular. Infelizmente Marcos foi vítima de inúmeras lesões. Imagino o que ele teria feito se  tantos infortúnios não tivessem acontecido....



Chorei quando soube que o momento da despedida havia chegado. É tão difícil saber que o maior ídolo da história do Palmeiras não entrará em campo e vestirá a camisa 12. A diretoria do clube tentará imortalizar esta camisa, nada mais justo, afinal dizem que a torcida é o décimo segundo jogador... tivemos Marcos, o camisa 12, o goleiro histórico, jogador exemplar e que acima de tudo era um de nós. Obrigada Santo!

Fora de campo tenho certeza que na função que venha escolher São Marcos continuará a dar orgulho aos mais de 15 milhões de torcedores. Que seja nosso Embaixador, personagem melhor não há.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Águas Turvas em Ubatuba...

Por Schirlei Moraes




Neste réveillon resolvi visitar Ubatuba, uma cidade conhecida por suas belezas naturais, por seus projetos sociais e ambientais. Estava empolgada para conhecer as praias, o Aquário e o famoso Projeto TAMAR que tantas e tantas vezes vi reportagens belíssimas divulgado a idéia da preservação das Tartarugas Marinhas.

Sem dúvida, Ubatuba é uma charmosa cidade praiana que possui uma boa organização e infra – estrutura a sua população. Fiquei admirada com as ciclovias que estão presentes por todas as ruas da cidade (idéia que seria muito bem vinda nas ruas de Jacareí) e com o fato de não existir semáforos no trânsito pois não há necessidade, uma vez que os motoristas sempre param na faixa de pedestres. (isso me fez recordar Minas Gerais e Guararema, lugares exemplares nesse quesito também).




Porém, o que vim ressaltar nesse texto não são os pontos fortes de Ubatuba, apesar de merecerem tal ênfase. Vim aqui para retratar o outro lado da moeda, aquele que não é tão bonito...

Esperava encontrar em Ubatuba uma valorização à natureza, um respeito ao meio ambiente em todos os aspectos só que o que presenciei foi o contrário.

Próximo ao hotel onde fiquei hospedada, Hotel Parque Atlântico, existe uma praia. Só que diferente das famosas Praia da Almada e Praia do Alto, conhecidas por suas belezas exuberantes, esta praia era totalmente imprópria para banho. Localizada ao lado do esgoto da cidade, esta praia central recebe em suas águas todos os detritos da população local, sujando assim o mar de uma forma irresponsável.




Agora, não sei o que foi que me deixou mais surpresa: A quantidade de sujeira depositada no mar, os pais inconseqüentes que levavam crianças de colo para banhar-se nas águas poluídas ou ainda pelo Aquário de Ubatuba ficar localizado ao lado de um córrego, o que contradiz totalmente com sua proposta de Educação Ambiental.




Por falar em Educação Ambiental, tenho que fazer aqui uma ressalva ao Projeto Tamar. Confesso que fiquei desapontada... Tinha outra idéia do Projeto. Acreditava que o foco principal do TAMAR era recuperar animais marinhos feridos, perdidos e devolve-los ao seu habitat natural, mas o que presenciei foram animais que são criados em cativeiro, em minúsculos tanques de água até o final de suas vidas. Um triste fim para animais tão belos que possuem o instinto natural de procurar as águas do mar como lar e encontraram em Ubatuba um cárcere privado.




Sobre o Aquário e o Projeto Tamar ainda farei mais comentários em outras postagens, mas encerro este texto dizendo que meu intuito não foi difamar Ubatuba, que continua sendo uma linda cidade turística. Mas depois desse réveillon sinto que algo deixou suas águas ligeiramente turvas...

Gostaria que este texto servisse como um alertar de que precisamos adotar outra postura com relação à realidade ao nosso redor. Ficamos tão habituados em conviver com coisas erradas que começamos achar tudo normal, começamos acreditar que as mudanças sempre devem partir de terceiros quando na verdade as mudanças precisam começar por nós...
Mudança de pensamentos, Mudança de visão, mudança de atitudes...

E minha atitude foi colocar meus pensamentos na forma de palavras para mostrar minha visão sobre a situação.

Espero que minha próxima viagem a Ubatuba faça-me escrever sobre seus belos pontos turísticos, pois, desta vez, precisei fazer tais comentários sobre essas questões de desrespeito ambiental porque não podemos camuflar o que está errado.

E o que está errado precisa ser corrigido enquanto ainda há tempo e o tempo de mudar é agora...