Por Schirlei Moraes
Acho
que qualquer pessoa que estude sobre a história da Educação no Brasil não tem
como deixar de admirar esse grande homem. Ele foi um educador brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na
área da educação popular,
voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos
pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o
movimento chamado pedagogia crítica.
Sua família fazia parte da
classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929,
uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a
construir seu revolucionário método de ensino.
Paulo Freire delineou uma Pedagogia
da Libertação e as suas maiores contribuições foram no campo da educação
popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos
operários.
A obra de Paulo incorpora o
conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire,
todo ato de educação é um ato político.
Eu teria muita coisa para
falar dele aqui, mas isso levaria muitas e muita linhas. Só sei que não é à
toa que eu cito alguns de seus pensamentos sobre Leitura de Mundo no meu
trabalho de conclusão da Faculdade e uso um pensamento seu na epígrafe... Minha
epígrafe ficou “pequenininha”. (risos) Mas, não tinha como ser outra... Combinava
perfeitamente com o tema do trabalho. Colocarei aqui, no final desta post. É Lindo!! Fico arrepiada!! = )
Vale a pena conhecer a história de Paulo Freire!
“Se adestram animais, se cultivam plantas e se educam os
seres humanos... Poderíamos dizer que o cultivo, o adestramento, a educação
passam pela vida.
Na história da experiência de viver que caracteriza a
experiência de outros animais, das árvores e da experiência humana, nós, homens
e mulheres, fomos os únicos capazes de inventar a existência.
O momento que a vida foi virando existência se situaria
precisamente quando a vida se soube vida: quer dizer, quando o ser vivo,
virando ser existente, se soube vivendo e foi capaz de pensando, falar o
pensamento preso ao concreto e ao real. Nesse momento, a vida não apenas se
soube vida, mas soube que sabia. Aí começa a possibilidade da distorção e da
deterioração da vida que possibilitou a existência.
A invenção da existência deu-nos a possibilidade de
estarmos não apenas no mundo, mas com o mundo. Eu posso mudar o mundo e é
fazendo isso que eu me refaço. É mudando o mundo que eu me transformo também.
Homens e mulheres inventam a história que eles e elas criam
e fazem. E é exatamente a história e a cultura que homens e mulheres criam e
fazem, a cultura alongando-se sobre a história, a história voltando-se sobre a
cultura, que gera a necessidade de educar. A educação nasce na relação entre a
cultura e a história, dentro da cultura e da história. Por isso não se faz
educação sobre a cabeça de ninguém: se faz educação no contexto histórico, no
contexto cultural.
É por isso também que ela não pode ser neutra: não há, nunca
houve, nem vai haver neutralidade educacional. Uma das conseqüências da
invenção da existência foi a impossibilidade da neutralidade na criação.
Nós temos de colocar a existência decentemente frente a
vida, em sua dialeticidade, de tal maneira que a existência não mate a vida e
que a vida não pretenda acabar com a existência, para se defender dos riscos
que a existência lhe impõe. Isso para mim faz parte dessa briga pelo verde.
Lutar pelo verde, tendo certeza de que sem o homem e a
mulher o verde não tem cor”.
(Paulo Freire)